Dra. Sheila Rodrigues
Itanhaém, SP
Devido a sua heterogeneidade, a Terceira Idade (acima dos 65 anos) é dividida em 3 subgrupos:- os funcionalmente independentes (75%), - os fragilizados (20%) e - os funcionalmente dependentes (5%).
Tais subgrupos apresentam diferentes necessidades e capacidade funcional, as quais devem ser tomadas em consideração pois afetam a aceitação e o recebimento do tratamento odontológico.
Simplesmente tratar um "idoso" sem a formação adequada significa não estar oferecendo o melhor tratamento possível e viável para aquele paciente, o que sem dúvida alguma fere os princípios éticos profissionais da área da saúde. O conhecimento do Clínico Geral é necessário mas muitas vezes insuficiente para atingir o plano de tratamento mais adequado.
Para atender muitos destes pacientes, o cirurgião-dentista necessita possuir conhecimento sobre: o processo de envelhecimento, a patofisiologia das doenças crônicas comuns a este grupo, a farmacologia dos vários medicamentos usados no tratamento de tais doenças, a interação das doenças sistêmicas com a saúde oral, o adequado diagnóstico das doenças orais, o apropriado plano de tratamento, dar maior ênfase para as odontologia preventiva e estética, saber praticar odontologia em domicílios/hospitais/casas de repouso/asilos, como participar de um time multidisciplinar de profissionais ligados a Terceira Idade, e como desenvolver a comunicação, gentileza, empatia e consideração necessárias no relacionamento com tais pacientes.
As doenças orais estão presentes no "idoso", e são, na sua maioria, consideradas crônicas. As mais comuns a este grupo incluem: cáries de raiz, xerostomia, atrição/abrasão, lesões da mucosa oral (candidíases, leucoplasias, eritroplasias, etc), câncer oral, extração dental, e dificuldade em realizar higiene oral por causa da perda gradual de movimentos coordenados . Como resultado, cresce a responsabilidade do dentista em prover apropriado atendimento a este grupo etário.
Devido a maior retenção de dentes naturais neste grupo, espera-se um aumento no número de superfícies dentais cariadas e com necessidade de tratamento . Nos EUA o aumento na necessidade restauradora dos "idosos" deverá ser 3 vezes maior do que o decréscimo da necessidade restauradora em crianças (devido ao efeito do flúor). Outros efeitos do impacto do crescimento desta parcela da população incluem aumento nos serviços de diagnósticos, procedimentos preventivos, restauradores, protéticos fixos, ortodônticos para adultos, endodônticos e de implantes.
Por outro lado, teremos uma provável diminuição nas extrações dentárias (declínio já observado no edentulismo) nenhuma alteração no tratamento periodontal, perspectivas mistas em prótese removível, com provável aumento para os parcialmente desdentados e de baixa-renda, e diminuição para os que passam a reter mais dentes e tem maior renda, optando por próteses fixas e implantes.
Joseli Alves Dunkerson - Endodontista- Mestre em Ciências Orais- Doutoranda em Saúde Pública Odontológica na Faculdade de Odontologia da Universidade de Iowa, EUA
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