Fluorose Dentária

A fluorose dentária é um distúrbio específico da formação dos dentes provocada pela ingestão crônica do flúor sobre o órgão do esmalte durante o processo de formação dentária. Sua gravidade depende da dose ingerida, duração da exposição, tempo de ingestão e da resposta individual de cada pessoa. Existe alguns aspectos biológicos que produz possíveis fatores que interferem na fluorose: Baixo peso corporal, taxa de crescimento esqueléticos, estado nutricional da criança, alterações na atividade renal.

Forma-se um esmalte hipomineralizado (aumento da porosidade). As porosidades estão sempre localizadas imediatamente abaixo de uma fina camada de esmalte externo de conteúdo altamente mineralizado.

Caracteristicas Clínicas:

Clinicamente as manchas fluoróticas mais leves apresentam-se na forma de manchas brancas, com estrias horizontais e localizadas em dentes homólogos. O aspecto de picos nevados é muito comum nas cúspides de dentes com erupção tardia. Os casos mais severos, apresentam áreas hipoplásicas com a coloração podendo variar para tons mais escuros, como também erosão do esmalte.

Principais Fatores de Risco:

Presença de flúor em teores acima do recomendado nas águas de abastecimento (fluoretação artificial ou natural). Uso concomitante de duas ou mais formas de ingestão de flúor (sistêmico). Ingestão de creme dental na fase de formação dentária em locais com água fluoretada. Ausência de sistema de vigilância dos teores de flúor nas águas de abastecimento e minerais embaladas. Uso abusivo de formas tópicas de aplicação do flúor (ocorrendo ingestão) em locais com uso sistêmico de flúor.

Período de risco para desenvolvimento de fluorose:

Secreção da matriz - estágio em que o esmalte é depositado por ameloblastos (células de formação do esmalte). Maturação: pré-eruptiva – o esmalte continua a adquirir fluídos minerais dos tecidos adjacentes até um pouco antes da erupção. Aproximadamente 35% da ingestão mineral na metade externa do esmalte ocorre nesta fase. Adição pós eruptiva - deposição de minerais pela saliva ao esmalte (perda da porosidade).

Fluoretação artificial da água de abastecimento:

O primeiro sistema de fluoretação artificial como estratégia de saúde pública teve início em 1945 nos Estados Unidos. No Brasil teve início em Baixo Guandu-ES, em 1953. Nos anos de 1960 e 1970 o uso do flúor na água de abastecimento tornou-se popular mundialmente. Desde 1974, a fluoretação das águas é obrigatória por Lei no Brasil, Lei Federal 6.050. Hoje sabe-se que essa variação do nível de flúor na água de abastecimento está na dependência do consumo de água de cada população, isto é, em regiões onde o consumo de água é menor em função de baixas temperaturas (10oC-12,1oC) ficaria entre 1,1 e 1,2 ppm, enquanto em regiões onde o consumo é maior (temperaturas entre 26oC e 32,5oC) seria entre 0,7 e 0,9 ppm.

Fluoretação de dentifrícios:

A fluoretação de dentifrícios e as modificações em sua composição que favorecem a adição do flúor foram estabelecidas na década de 1980, Em 1988, no Brasil, os dentifrícios passara a ser uma fonte significativa de uso tópico devido a fluoretação do dentifrício mais vendido. Importante também, que a alta concentração de fluor nos dentifrícios é um grande fator da fluorose, especialmente na fase de formação, ou seja; deve ter cuidado na escovação e ingestão de dentifrícios com as crianças.

A Prevalência de Fluorose no Brasil:

9% em crianças de 12 anos, 5% em adolescentes de 15 a 19 anos, Para a idade de 12 anos, os maiores índices foram encontrados nas Regiões Sudeste e Sul (em torno de 12%), os menores índices foram encontrados nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste (cerca de 4%).

Tratamento da fluorose: Intoxicação Crônica - A aparência das formas mais graves de fluorose pode ser considerada um incômodo para o paciente e requer tratamento por indicação estética. Esse tratamento consiste em desgastar o esmalte até que a mancha, provocada pela impregnação do esmalte poroso por pigmentos da alimentação, seja removida. Em casos mais graves, torna-se necessária a confecção de coroas ou facetas.