Dr. Rodolfo Moura Vieira
Pindamonhangaba, SP
Fenda Labial
Dificuldades no desenvolvimento da fala, na alimentação e na respiração, infecções crônicas, problemas auditivos e na dentição, além de desvios emocionais e psicológicos são algumas das dificuldades que crianças com fissura labial e/ ou palatina não-sindrômica ( malformação congênita popularmente conhecida como “lábio leporino”ou “goela de lobo”) podem enfrentar. A fim de desvendar a etiologia da doença, que ainda não é completamente conhecida, uma dissertação de mestrado realizada na Faculdade de Odontologia de Piracicaba ( FOP) da Universidade de Campinas( Unicamp), pela Cirurgiã-Dentista, Andréia Bufalino, com orientação do professor Ricardo Della Colleta, da área de Patologia, avaliou a influência de fatores genéticos relacionados à mãe e o risco para o nascimento de crianças com fissuras labial e/ ou palatina não- sindrômica. A pesquisa foi desenvolvida junto com o Centro de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Alfenas ( Unifenas), que forneceu amostras de saliva de quase 300 mães, tanto daquelas com crianças portadoras de algum tipo de fissura, quanto daquelas cujos filhos eram clinicamente normais. No estudo, foram analisados genes que codificam enzimas responsáveis por metabolizar o ácido fólico ( genes MTHFR, MTHFD1, MTR, e RFC1), vitamina que quando administrada no inicio da gestação exerce um efeito protetor contra o desenvolvimento destas fissuras. O resultado mais significante demonstrou que a presença de um polimorfismo ( ou mutação) no gene MTHFR foi mais comum entre as mães que tinham filhos com fissura labial e/ ou palatina. Sendo esta alteração no DNA da mãe responsável por uma chance aproximadamente seis vezes maior de ter um filho com fissura labial e/ou palatina. “Nossa pesquisa também mostrou que o uso da suplementação vitamínica com ácido fólico exerce um efeito protetor contra o nascimento de um filho com fissura, revelando que 70% das mães com filhos fissurados não haviam usado esta vitamina”, revela a Cirurgiã –Dentista. A fissura labial e/ ou palatina não- sindrômica é uma anomalia complexa e multifatorial associada a vários fatores ambientais e genéticos como, por exemplo,o hábito materno de fumar e o consumo de bebida alcoólica, o uso de drogas teratogênicas, desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes e obesidade durante os três primeiros meses de gestação ou alterações genéticas ( polimorfismos) no DNA materno ou da criança em alguns genes específicos. São poucos estudos conduzidos no Brasil que avaliam quais as alterações genéticas (mutações ou polimorfismo) que podem representar um fator de risco materno para o nascimento de um filho com fissura labial e/ ou palatina não-sindrômica. “São necessárias mais pesquisa para tentar entender melhor quais são os fatores que estão relacionados com uma maior propensão para o desenvolvimento desta anomalia que é bastante comum no mundo inteiro”, afirma Andréia. Andréia Bufalino ressalta que este fator genético especifico ainda não havia sido exclusivamente associado com o desenvolvimento de fissura labial e/ ou palatina não-sindrômica. “ É preciso fazer novos estudos que avaliam o envolvimento destes genes na população brasileira, uma vez que são poucas as pesquisas no país que avaliam polimorfismos como fator de risco materno para fissura labial e/ ou palatina”. http://www.itnet.com.br
Dr. Rodolfo Vieira é Cirurgião-Dentista em Pindamonhangaba, SP - Brasil. Possui graduação em odontologia pela UNITAU - Universidade de Taubaté. Atua como especialista em... Leia mais
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