Odontologia Regenerativa: Uso de Células Tronco no Tratamento e Prevenção de Doenças Bucais.

DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO

O desenvolvimento dentário é iniciado no ectoderma oral, mais tarde, as etapas do desenvolvimento dentário são movidas por uma complexa interação do ectoderma e do tecido ectomesenquimal. Nos mamíferos, estas interações ocorrem na cavidade oral em desenvolvimento entre o ectoderma oral (epitélio) e a crista neural (ectomesênquima) (SMITH, SHARPE, 2007).

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é demonstrar a relação das células tronco somáticas presentes na cavidade pulpar e no ligamento periodontal com a regeneração do tecido dentário a fim de controlar ou mesmo tratar doenças bucais como a cárie e a periodontite.

CÉLULAS TRONCO

São células indiferenciadas com grande capacidade de auto-renovação e podem produzir pelo menos um tipo celular altamente especializado. Existem duas categorias de células-tronco: as embrionárias pluripotentes e a linhagem de células unipotentes ou multipotentes, denominadas células-tronco adultas, que residem em tecidos diferenciados. Na odontologia as células  utilizadas são as adultas ou somáticas , que tem uma capacidade de diferenciação limitada, mas são relatadas como as mais indicadas para o uso na odontologia regenerativa, por terem fácil acessibilidade e estarem de acordo com os princípios éticos (MORSCZECK,2007).

CÉLULAS TRONCO ADULTAS E A ODONTOLOGIA

As células tronco adultas são utilizadas em diversas áreas da Odontologia para tratar, através do uso de métodos biológicos diversas doenças como a periodontite, a cárie dental, o tratamento pulpar ou, até mesmo proporcionar a regeneração de ossos do crânio, ou futuramente do dente como um todo. Tecidos dentais tal como o ligamento periodontal, papila dental, folículo dental e a polpa foram identificados como fontes acessíveis de células indiferenciadas (TECLE’S et al, 2005).

LAINO et al (2005) demonstraram a presença de células tronco adultas no ligamento periodontal, as quais expressaram uma variedade de marcadores cementoblásticos e osteoblásticos. Na periodontia, o desafio enfrentado pela terapia periodontal é a regeneração dos tecidos  perdidos em consequência de doenças, incluindo o osso alveolar, ligamento , e cemento. Até agora, no entanto a capacidade de regenerar completamente estruturas periodontais de apoio  danificadas não foi alcançado em seres humanos (RAMSEIER, 2006).

Gronthos et al. iniciaram estudos para isolar células-tronco da polpa dentária e foi observada a capacidade de tais células formarem depósitos cálcicos in vitro. Após transplantação em ratos imunocomprometidos, exibiram habilidade de formar uma estrutura semelhante ao complexo dentina-polpa, composto de uma matriz de colágeno tipo I, uma camada tipo odontoblástica, e tecido fibroso contendo vasos sanguíneos (SOARES, 2007). Esses estudos  vem demonstrando que a regeneração da polpa e do tecido dentário como um todo em resposta a traumas ou á cárie será uma verdade no futuro não mais in vitro e sim in vivo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A regeneração completa dos tecidos periodontais e pulpares ainda não foi alcançada.
•  No entanto ,as células do ligamento periodontal  já expresaram marcadores de cementoblástos e osteoblastos, assim como as da polpa já se diferenciaram em um tecido semelhante ao complexo dentina-polpa.