Dr. Guilherme Genovez Jr.
Londrina, PR
Por muito tempo evitou-se atender gestantes em consultório odontológico, temendo-se que o estresse ou algum produto usado no consultório pudesse, de alguma forma, prejudicar a formação do bebê ou mesmo provocar um aborto. Para piorar as coisas, antigamente dava-se uma importância muito maior para os tratamentos curativos, e só há pouco tempo começamos a valorizar a prevenção. Você tem dúvidas sobre os cuidados odontológicos com a gestante? Vejamos algumas das dúvidas mais frequentes no consultório:A gestante pode receber tratamento odontológico? Sem dúvida! Assim que souber da gravidez, é importante uma avaliação, um “exame pré-natal odontológico”, e nesta consulta o dentista poderá detectar problemas precocemente! O atendimento poderá acontecer sem riscos em qualquer idade gestacional, embora o segundo trimestre (entre o 3º e o 6º mês) seja o momento mais oportuno, porque, a gravidez se encontra num período de maior estabilidade, já que o feto estará quase completamente formado e seu tamanho não provocará desconforto, dependendo da posição da cadeira. Consultas mais curtas e menos estressantes são a regra nesta fase da vida da mulher!Gestante pode tomar anestesia? Sim, e seu dentista tem obrigação de conhecer as opções seguras de anestésico quando assume seu tratamento. Mas é bom lembrar que as soluções anestésicas são substâncias estranhas no corpo da gestante, e seu uso deve ser feito de forma racional. Algumas gestantes podem apresentar uma elevação da pressão arterial e isso deve ser levado em conta na escolha do anestésico certo! E radiografia? Pode? Pode! E sempre com avental de chumbo. A ressalva fica para o primeiro trimestre (do 1º ao 3º mês), quando o feto está em fase de formação e a radiação do aparelho poderia afetar seu desenvolvimento, mas na prática, se a dose for pequena e for usado o avental de chumbo para proteger mãe e bebê, não há problema! Na gravidez, os dentes "estragam" mais? Com a gravidez ocorrem variações significativas nas taxas de hormônios do corpo da mulher, e com isso ocorrem mudanças na composição da saliva, nas gengivas e no apetite! Na saliva pode ocorrer diminuição na quantidade dos anticorpos que defendem a boca. A gengiva “irrita-se” com mais facilidade já que os hormônios aumentam a circulação sanguínea e diminuem o colágeno, que dá sustentação para esta região. O paladar tende a ficar mais seletivo a alimentos ricos em calorias, necessárias na formação do bebê, e estes alimentos geralmente são os que mais causam cárie. Estas mudanças modificam o tipo de bactérias da flora da boca. Para piorar gestante ainda sente mais fome e, como qualquer pessoa, deve lembrar de escovar os dentes sempre depois de cada refeição. Nos primeiros meses pode haver enjoo com o gosto do creme dental, mas nada é desculpa para deixar de escovar os dentes ou fazer uso do fio! Se o creme dental for o problema, escove com água, mas escove! A gestante deve tomar algum fortificante para os dentes do bebê? O maior fortificante é numa alimentação balanceada, constituída por diferentes grupos de alimentos (carnes, frutas, legumes, verduras, cereais, leite e derivados). Desnutrição e anemias podem comprometer o desenvolvimento normal dos dentes. Se houver necessidade de vitaminas ou minerais, o ginecologista determinará a prescrição necessária. Lembre-se que o flúor em excesso mancha os dentinhos que estão em formação no feto e só aparecerão após o nascimento! Como fica o calendário de visitas ao dentista? A gestante deve ter acompanhamento, no mínimo, trimestral. Nestas visitas serão realizadas profilaxias (limpezas), exame dos dentes e gengivas e eventuais reparos, além de instrução da futura mamãe quanto a todos os detalhes para uma gestação perfeita para os dentes do bebê. O acompanhamento trimestral ajuda a detectar problemas em fase inicial, minimizando a necessidade de radiografias e anestesias.
Após o nascimento é ideal que o bebê faça a primeira visita assim que possível, na ocasião os pais receberão orientações a respeito das causas e da transmissão da cárie, da importância da amamentação, da limpeza da boca do bebê, do uso de mamadeiras e chupetas, e do flúor. A educação em saúde aumenta a chance de a criança crescer sem problemas bucais.
Formado em 2001, atuei em consultórios e clínicas particulares nas cidades de Florianópolis/SC e Biguaçu/SC até 2005, quando iniciei na saúde pública na cidade de Major... Leia mais
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