A Importância do Diagnóstico Precoce de Câncer Bucal na Ótica Multidisciplinar

  Artigo, 06 de Jul de 2011

A urbanização e a industrialização são fatores que contribuem para o aumento das doenças crônicodegenerativas, entre elas o câncer. Segundo o relatório da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC)/ OMS (World Cancer Report 2008), o impacto global do câncer dobrou em 30 anos. Estimou-se que, no ano de 2008, ocorreriam cerca de 12 milhões de casos novos de câncer e 7 milhões de óbitos.

O câncer de boca acomete preferencialmente indivíduos do sexo masculino, de faixa etária por volta dos 45 anos, com maior prevalência em lábio inferior, assoalho bucal e língua, podendo ser observado pelo próprio paciente em um simples auto-exame.

A procura pelo profissional de saúde demora em média oito meses, podendo se estender até mesmo a vinte quatro meses em grupos socioeconômicos mais baixos. Essa procura tardia pode ser atribuída ao desconhecimento do paciente, ou até mesmo por se tratar de uma lesão indolor na fase inicial de crescimento.

Os neoplasmas ocupam um lugar de destaque entre ar causas de morte no Brasil, tendo sido responsáveis por 12,11% dos óbitos ocorridos em 1989, o que corresponde à segunda causa de morte por doença no País.

Existem lesões pré-cancerigenas como, por exemplo, as leucoplasias, eritroplasias, queilites actínicas, líquen plano, nervo pigmentado, xeroderma pigmentoso, que merecem uma atenção especial no seu reconhecimento, para evitar a sua evolução.

Não há um agente carcinógeno isolado, claramente definido ou aceito, mas tanto fatores extrínsecos quanto intrínsecos podem estar em atividade. Como em outras neoplasias malignas, o câncer de boca tem o seu desenvolvimento estimulado pela interação de fatores ambientais e fatores do hospedeiro, próprios do indivíduo. Pessoas com mais de 40 anos de idade, dentes fraturados, portadores de próteses mal-ajustadas devem evitar o fumo e o álcool, promover a higiene bucal e fazer uma consulta odontológica de controle a cada ano.

O objetivo deste trabalho é demonstrar que para a prevenção ou sobrevida do paciente, é fundamental uma consciência multiprofissional na detecção de alguma alteração que possa vir a se transformar em uma neoplasia maligna. Ao examinar qualquer indivíduo, principalmente os que se incluem nos grupos considerados de risco de câncer de boca, deve-se estar atento a todas as alterações da mucosa, buscando detectar aquelas que tenham maior potencial de malignização.

Em função da necessidade de se fazer o diagnóstico precoce, que amplia consideravelmente a curabilidade do câncer, inclusive o de boca, fica patente que aos profissionais da saúde, especialmente o cirurgião dentista, cabe examinar, reconhecer, diagnosticar e orientar o seu cliente com precisão e rapidez, já que não se pode perder a oportunidade que se apresenta, quando um indivíduo, por motivos diversos, tem acesso a um profissional de saúde.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência a Saúde. Instituto Nacional de Câncer - INCA, Falando Sobre Câncer da Boca. - Rio de Janeiro: INCA, 2002. 52 pág.

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Dra. Daniele Taveira

Endodontista

 Rio de Janeiro, RJ

Dra. Daniele Taveira é Cirurgiã-Dentista Centro, RJ - Brasil. Possui graduação em odontologia pela UNIFESO - Centro Universitário Serra dos Orgãos. Especialista em... Leia mais

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