Tópico, 12 de Nov de 2017

UMA ANTÍTESE na ABORDAGEM das OCLUSOPATIAS

Transcrito de DUTRA, O.S.-2008

O Brasil vive importante momento de transição na práxis das oclusopatias.

Contrasta ao paradigma ortodôntico hegemônico uma revolução conceitual extensiva à clínica e a saúde pública.
A Odontologia brasileira oportuniza, peculiarmente um protagonismo muito interessante na abordagem das oclusopatias impulsionada pela existência da especialidade
ORTOPEDIA FUNCIONAL dos MAXILARES (OFM) e junto com ela os princípios da REABILITAÇÂO NEURO-OCLUSAL.

Isso deverá resultar em um reordenamento de prioridades na abordagem clínica das oclusopatias e também nas ações de prevenção e promoção de saúde das políticas de vigilância em saúde pública.

Do ponto de vista clínico, as evidências contemporâneas da biologia molecular conduzem para o manejo terapêutico da unidade óssea com o uso de cargas ortopédicas ultraleves. O dogmatismo das soluções mecânicas de camuflagem das oclusopatias poderá ser eclipsado pela emergente realidade biológica.

A afirmação pode causar desconforto. No entanto, novas práticas clínicas preventivas e biologicamente orientadas redesenharão algumas opções terapêuticas consagradas que incluem rotineiras extrações dentárias ou cirurgias ortognáticas.
Os protocolos clínicos para prevenção e interceptação das oclusopatias com OFM, são, intrinsicamente, de acompanhamento a longo prazo. Aspiram à vigilância e ao monitoramento. O conceito é preventivo, dinâmico e fisiológico.

Do ponto de vista da saúde pública, as oclusopatias representam um problema de alta prevalência, cuja base de causalidade comportamental é revelada por estudos de tendência secular.
Está relacionada, sobretudo, às mudanças significativas nos hábitos alimentares das populações contemporâneas.

Esse problema não pode ser enfrentado por uma Odontologia mecanicista e curativa, de alto custo financeiro e biológico, altamente especializada, etiologicamente reducionista que privilegia ações de saúde voltadas ao indivíduo.

À semelhança do modelo cirúrgico-restaurador, de baixa resolutividade, que prevalecia na abordagem da cárie dentária e doenças gengivais, o manejo da maloclusão dental (oclusopatia) ainda é feito com abordagens tardias, de complexidade crescente e custo biológico elevado.
A terapêutica corretiva ortodôntica não representa a solução das oclusopatias em saúde pública. Sequer atua sobre suas causas.

Não há rivalidade na afirmação.
Somente há o desejo de clarificar que a OFM deve ocupar, legitimamente, o espaço a ela destinado.

A prevenção e promoção de saúde em uma óptica de vigilância deve ser priorizada. E a população precisa ser instrumentalizada a exercer sua cidadania, atuar produzindo sua própria saúde com ações que influenciem seu meio: ações políticas, ações educacionais e de cooperação intersetorial.

A integração e articulação de um novo saber e uma nova prática na abordagem das oclusopatias, ortopedicamente orientada em tenra idade, possibilitará oferecer uma solução global a esses problemas no território nacional, direcionando-os para práticas sociais e coletivas. A atuação da OFM em saúde pública não atuará somente sobre as sequelas e os agravos das oclusopatias mas, sobretudo, nos assintomáticos, expostos e grupos de risco às oclusopatias.

Três níveis de atenção podem ser elencados:
__ promoção de saúde;
__ prevenção e
__ atenção curativa e de reabilitação.

A estratégia de saúde da família é uma realidade.
E precisa incluir a prevenção das oclusopatias.

De outra parte, a ampla introdução da OFM na Universidade será estratégica para participação nas discussões relativas ao tema.
Enquanto essa questão não se define, alternativamente, entidades legítimas e representativas da OFM podem e devem desempenhar esse inadiável compromisso de atendimento às demandas sociais.

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Autor

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Dr. Carlos Augusto

Cirurgião-Dentista

 Muriaé, MG

Graduado há 39 anos, atua como ESPECIALISTA em Ortopedia Funcional dos Maxilares [2002_CFO] e ESPECIALISTA em Ortodontia [Jan_1987;PUC-Rio] em Muriaé e Cataguases

1987-Estagiou... Leia mais

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