Alexandre Augusto Ferreira da Silva
São Paulo, SP
O planejamento virtual em cirurgia ortognática esta cada vez mais presente entre os cirurgiões para o tratamento das deformidades dentofaciais.
Para o cirurgião bucomaxilo, o planejamento computadorizado em 3 dimensões (3D), facilitou muito a confecção do(s) guia(s) cirúrgico(s) que serão utilizados durante a cirurgia propriamente dita. Estes guias são extremamente importantes para o bom resultado final da cirurgia. Até então, os guias eram confeccionados de forma manual pelo próprio cirurgião e, diga-se de passagem, os resultados sempre foram muito bons na grande maioria dos casos. Mas é inquestionável que no planejamento computadorizado, no qual estes guias passam a ser construídos virtualmente e impressos em uma impressora 3D, diminuiu consideravelmente as possibilidades de erro no planejamento, desde que o cirurgião domine plenamente o conhecimento do planejamento virtual, caso contrário, erros também poderão ocorrer no planejamento virtual que irão comprometer o resultado da cirurgia.
Para o paciente, é muito importante saber que os resultados estéticos provenientes da cirurgia ortognática, mesmo quando utilizamos o planejamento virtual, ainda são definidos pela capacidade do cirurgião em examinar apropriadamente o paciente para decidir, após ouvir atentamente as expectativas de resultado do paciente, o que precisa ser realizado na cirurgia para que os resultados sejam mais harmônicos e agradáveis. Portanto, o planejamento virtual não faz mágica e o programa computadorizado tem necessidade de ser alimentado com informações precisas fornecidas pelo cirurgião, além de ter que ser manuseado de forma correta, uma vez que não é o programa que define o resultado final da cirurgia e sim, é o cirurgião, o único responsável por isto.
O planejamento virtual 3D possibilita ao cirurgião visualizar as modificações que ocorrerão na estrutura óssea com maior precisão quando comparado ao planejamento tradicional, no entanto, no que diz respeito as modificações que irão ocorrer no tecido mole, que é o que realmente interessa ao paciente, ou seja, como ele vai ficar após a cirurgia, o planejamento virtual 3D, ainda não fornece informações precisas e o resultado estético pode não ser confiável. Isto se dá devido as diferenças raciais e diferença de espessura dos tecidos moles na face entre as pessoas, fazendo que o resultado estético facial possa não ser absolutamente igual em pacientes que têm diagnósticos semelhantes. Portanto, eu acredito que para o paciente poder se informar melhor sobre os resultados estéticos em sua face após a cirurgia ortognática, além de um planejamento virtual, o paciente deve, sempre que possível, conversar com outros pacientes já operados que apresentavam deformidades dentofaciais semelhantes à sua e observar como eles ficaram. O cirurgião também deve mostrar casos em fotos parecidos com o do paciente, para que o mesmo possa imaginar com mais precisão os resultados possíveis.
Para os pacientes que irão se submeter a uma cirurgia ortognática e por razões financeiras não podem fazer o planejamento virtual 3D, posso afirmar, que nas mãos de um bom cirurgião bucomaxilo, o planejamento tradicional, que ainda é bastante realizado nos dias de hoje, produz resultados tão bons quanto ao virtual. Resultados bons e não tão bons podem ser observados nos dois tipos de planejamentos. O mais importante é a experiência do cirurgião. Mas a tecnologia chega em todas as profissões e não podemos fechar os olhos para ela. O planejamento virtual é uma realidade e será constantemente aperfeiçoado.
Abraço à todos!
Para mais informações sobre cirurgia ortognática, acesse:
Blog Cirurgia Ortognática: http://www.cirurgiaortognatica.blog
Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal de Alfenas / UNIFAL-MG. Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pelo Hospital Central da Irmandade da... Leia mais
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