Distalização de Molares Utilizando o Distalizador Gs

  Artigo, 01 de Mar de 2013

AUTOR: GUTEMBERG SANTOS

Especialista em Ortodontia

Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares

Mestre em Reabilitação Oral pela Universidade Camilo Castelo Branco – São Paulo

Doutor em Ortodontia pelo CPO São Leopoldo Mandic – Campinas – SP

Coordenador dos cursos de especialização em Ortodontia do IOGS-FAISA e ABO-Alfenas

Endereço: Rua Silviano Brandão, 236 Centro – Alfenas-MG – CEP 37130-000

Telefone: (35)3291-2516 E-mail:gutembergsantos@uol.com.br

DISTALIZAÇÃO DE MOLARES UTILIZANDO O DISTALIZADOR GS

MOLAR DISTALIZATION USING THE GS DISTALIZATOR

RESUMO

Devido à série de intercorrências, dificuldade e recidivas, a distalização dos molares sempre foi vista com certa desconfiança pela comunidade científica. Apesar de ser uma boa opção de tratamento, muitos ortodontistas acabam optando pela extração de elementos dentários como forma de ganhar espaço nas arcadas. O presente trabalho tem como finalidade apresentar o distalizador GS, buscando uma nova opção de tratamento. O distalizador GS utiliza-se de um mini-implante instalado por vestibular ou palatino na região anterior das arcadas, onde são adaptados um cursor de fio grosso de 0,7mm, uma mola de níquel titânio e dois gurins que servirão para a compressão da mola e promover a distalização. Este método oferece várias vantagens em relação aos aparelhos convencionais tais como o custo baixo, diminuição de inclinações indesejáveis, sem perda de ancoragem, facilidade de instalação e confecção e sem a necessidade de remoção durante a fase de retração anterior.

Palavras-chave: Ortodontia, Distalização Molar, Mini-implante.

ABSTRACT

Due to course of intercurrences, dificults and returns, the distalization of cheektooths always was seen with some distrut by the scientific community. Although of be a good option of deal, a lot of orthodontists end up choosing for extraction of dental elements like way to gain more espace in the dental archs. This work has how goal to present the GS distalizer, looking for a new option of deal. The GS distalizer is used of a mini-implant installed by vestibular or palatine in the previous zone of the dental archs, where are adapted one cursor thick wire of 0,7mm, one tit-nickel spring and two gurins that will serve for the compression of the spring and to promote the distalization. This process offers many advantages in respect to the conventional devices as the low cost, decrease of undesirable inclination, without loss of anchorages, facility of instalation and confection and without necessity of remotion durin the previous retraction phase.

Keywords: Orthodontics, Molar Distalization, Mini-implants.

1. INTRODUÇÃO

Os mecanismos de distalização dos molares com ancoragem intrabucal, de uma forma geral, são considerados como um recurso prático para as correções dentárias ântero-posteriores (Hilgers, 1992). Também são corretamente indicados para tratamentos assimétricos onde exista desvio da linha media, pois permitem ativações unilaterais (Carano, Testa, 1996).

Inúmeros métodos de distalizaçao de molares tem sido utilizados na ortodontia com relativo sucesso, porém a maioria deles, depende da cooperação do paciente e apresentam desconforto e alguns efeitos indesejados.

O uso de mini-implantes tem sido amplamente estudado por ser um acessório relativamente novo no campo da Ortodontia (Esper et al., 2008). Distalizações de até 4,0 mm de molares superiores tem sido obtidas de uma forma previsível com o auxilio dos mini-implantes (Suguino, 2005).

O objetivo deste trabalho é apresentar um novo recurso de distalização de molares, onde podem ser conseguidos movimentos maiores em um período relativamente menor comparado com os métodos convencionais e por um custo final mais acessível.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O método de distalização de molares proposto inclui um cursor de fio de aço 0,07” ancorado em um mini-implante instalado por vestibular ou palatino na maxila ou mandíbula. Inseridos no cursor estão uma mola aberta de níquel-titânio de 1,5 cm de comprimento e dois gurins um no seguimento mesial da mola e o outro no seguimento distal (entrada do tubo) para a compressão total da mola, que gera em torno de 150 g/força, sendo que após a inserção do dispositivo o gurin da entrada do tubo deve ser desapertado para que ocorra a distalização, como mostram as figuras 1, 2 e 3.

O mini-implante utilizado é de fabricação nacional da empresa Pec-Lab – Sistemas de Implantes Dentários. São utilizados os tamanhos de 1,5 X 7.00 mm para a maxila e 1.5 X 5.50 mm para a mandíbula. O perfil transmucoso destes mini-implantes é de 3.0mm. Estes dispositivos possuem a cabeça maior que os similares encontrados no mercado e nela são encontrados dois orifícios cruzados de 1.0 mm de diâmetro.

O fio utilizado é de NiCr (aço) de 0,7mm de diâmetro, os tubos lingual ou vestibular, gurins e bandas são de fabricação nacional da empresa Morelli.

A instalação do mini-implante é realizada de maneira manual utilizando-se o Kit de mini-implantes da empresa Pec-Lab que consiste no estojo de material plástico autoclavável onde estão alojadas a chave de inserção e a chave lança.

O local de escolha para a instalação do mini-implante vai depender do tipo e quantidade de movimento a ser realizado. O movimento quando é realizado por palatino devido ao vetor de forças resultante, tende a realizar um movimento de distalizaçao e expansão dos dentes movimentados. Quando o movimento é realizado por vestibular o vetor resultante do movimento é de distalizaçao e contração, podendo originar uma mordida cruzada posterior. Isto ocorre logicamente na maxila, sendo o oposto para movimentos dentários realizados na mandíbula. Aconselha-se nos casos de grandes movimentos fazer a instalação do dispositivo por palatino e nas pequenas distalizações fica a critério do ortodontista. Os pontos de inserção dos mini-implantes para a distalizaçao são obrigatoriamente instalados na região anterior nas imediações dos caninos, ou seja, mesial ou distal destes dentes.

6. DISCUSSÃO

A necessidade de distalização de molares é extremamente freqüente na clínica ortodôntica, sendo normalmente utilizada para a correção de más oclusões de Classe II, sem lançar mão de extrações dentárias. Existe na literatura a descrição de diversas técnicas visando este objetivo, sendo as principais os aparelhos extrabucais, distalizadores intrabucais e mecânicas de Classe II. Estes recursos apresentam como pontos negativos a falta de estética, a presença de efeitos indesejados nas unidades de ancoragem, além da necessidade de colaboração por parte do paciente (Araújo et al. 2006).

O uso de mini-implante tem sido amplamente estudado por ser um acessório relativamente novo no campo da Ortodontia (Esper et al., 2008). Distalizações de até 4,0mm de molares superiores têm sido obtidas de uma forma previsível com o auxílio dos mini-implantes, tanto uni como bilateral. (Suguino, 2005).

Dentro dos métodos de distalização de molares existem vários locais de intalação do mini-implante tais como: sutura palatina mediana, processo alveolar na vestibular ou palatina da mesial de molares.

No método proposto de distalização com o aparelho GS, o mini-implante é instalado na vestibular ou palatina para a distalização de molares superiores e na vestibular inferior e sempre na região anterior. Nestas regiões existe uma maior facilidade e segurança na instalação do mini-implante. Recomenda-se a exodontia dos terceiros molares para evitar o uso de forças com magnitude maior e retenção destes dentes.

Comparado com os métodos tradicionais, o distalizador GS tem um custo final menor, facilidade de confecção e instalação dos mini-implantes e podem ser conseguidas grandes distalizações de até 9mm , como mostra a figura 1, se houver osso suficiente na região posterior dos dentes a serem movidos. Por causa do grande calibre do cursor (0,7mm), as inclinações indesejadas são minimizadas. 

Não existe a necessidade de remoção dos mini-implantes durante a mecânica de retração anterior. Também não existe perda de ancoragem durante a movimentação distal dos dentes anteriores. Na distalização pelo lado palatino existe um movimento de expansão do arco e no lado vestibular contração. Para não correr o risco de cruzar a mordida posterior e por ser mais confortável para o paciente, a distalização por palatina parece ser a mais apropriada.

7. CONCLUSÃO

Comparando o método proposto de distalização de molares com os convencionais, podemos concluir que:

- Existe um custo final menor com a utilização do distalizador GS

- O tempo de distalização é relativamente menor

- A estética e o conforto não são comprometidos

- Não existe a necessidade de remoção do mini-implante no momento da retração anterior, servindo de unidade de ancoragem

- Podem ser conseguidas grandes distalizações.

BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, T.M. et al. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. Rev DentalPress Ortod Ortop Facial, v. 11, n. 4, p. 126-56, ago. 2006. 

CARANO, A.; TESTA, M. The Distal Jet for upper molar distalization. J Clin Orthod, Boulder, v. 30, n. 7, p. 374-380, July 1996.

ESPER, M.; PACHECO, M.T.; NICOLAU, R.A. Uso de mini-implante na ancoragem ortodôntica – revisão de literatura. 2008. [citado 2009 jan 20]. www.inicepg.univap.br/docs/arquivosEPG/EPG00944_01_A.pdf.

HILGERS, J.J. The pendulum appliance for Class II non-compliance therapy. J ClinOrthod, Boulder, v. 26, n. 11, p. 706-714. Nov. 1992.

KYUNG, S.H.; HONG, S.G.; PARK, Y.C. Distalization of molars with a midipalatal miniscrew. JClin Orthod, v. 37, n. 1, p. 22-6. Jan. 2003.

SUGUINO, R. Carlo Marassi responde (Parte 1). Rev Clin Ortod Dental Press, v. 5, n. 4, p. 13-25, Ago-Set. 2005.

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Dr. Gutemberg Santos

Cirurgião-Dentista

 Alfenas, MG

Dr. Gutemberg Santos é Cirurgião-Dentista em Alfenas, MG - Brasil. Possui graduação em odontologia pela UNIFAL - Universidade Federal de Alfenas. Atua como especialista em... Leia mais

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