Os diastemas dentários são corriqueiros nas clínicas odontológicas e, muitas vezes, representam um problema estético para os pacientes e um desafio para os profissionais. Não apenas a estética deve ser considerada, mas também, a conservação de estrutura dentária, reversibilidade do tratamento, tempo e custo. As resinas compostas podem ser uma opção interessante para casos de diastemas unitários. Assim, o presente trabalho demonstra por meio de dois casos clínicos, a possibilidade de tratamento de diastemas unitários empregando a técnica de estratificação a mão livre.
Palavras-chave: diastema, estética dentária, resinas compostas.
Leonardo Fernandes da Cunha
Rafaella Caramori Saab
Juliana de Souza Vieira
Carla Castiglia Gonzaga
Gisele Maria Correr Nolasco
Os diastemas dentários são aberturas ou espaços entre dois dentes adjacentes no mesmo arco dentário. Muitos pacientes se incomodam esteticamente com esses espaços e buscam um cirurgião dentista para solucionar este tipo de situação clínica. Em casos de diastemas unitários, ou seja, um único espaço entre dois dentes adjacentes na arcada, pode ser um desafio para o dentista para evitar que esses dentes não tragam desarmonia ao sorriso após as restaurações (Mondelli 2003).
Diferentes técnicas podem ser utilizadas para o fechamento de diastemas, como, o tratamento ortodôntico, ou o tratamento restaurador utilizando cerâmica odontológica ou resinas compostas. O atual estágio dos sistemas adesivos diretos permite excelente desempenho clínico, além de apresentar ótimas propriedades ópticas, podendo reproduzir não só a cor, mas também a translucidez, textura e brilho da dentição natural (Cunha et al. 2012). Assim, o domínio dos materiais é fundamental, no entanto, a técnica também deve ser treinada para obter o sucesso do tratamento.
A seleção do tipo de resina e cores disponíveis podem simular uma ilusão de óptica e favorecer o resultado estético final de forma que os dentes não fiquem com aspecto muito largo. O planejamento e correta distribuição do material entre os dentes também favorece o resultado final no fechamento de diastemas unitários (Rufenacht 2003).
Assim, o objetivo deste trabalho é relatar, por meio de dois casos clínicos, a técnica de tratamento restaurador direto para o fechamento de diastemas unitários.
Caso Clínico 1
Paciente de 44 anos, gênero feminino, procurou atendimento para solucionar o espaço entre o incisivo lateral e canino direito (Figuras 1A - B). Radiograficamente, constatou-se normalidade das estruturas de suporte e pulpar. Considerando a possibilidade de reversibilidade do procedimento, tempo, e custo, optou-se, pela restauração dos dentes empregando o sistema restaurador adesivo direto.
Realizou-se profilaxia dos dentes e seleção das cores de dentina e esmalte. A superfície do dente foi asperizada com discos de lixa. O isolamento absoluto do campo operatório foi realizado utilizando lençol de borracha. Em seguida foi feito condicionamento ácido do incisivo lateral e do canino e aplicação do adesivo (Gluma 2 Bond – Heraeus Kulzer) e realizou-se a polimerização conforme instrução do fabricante pelas faces vestibular e palatina.
A resina Charisma Diamond CL (clear translúcida – Heraeus Kulzer) foi aplicada na face palatina. A resina Charisma Diamond OL (opaque light – Heraeus Kulzer) foi aplicada para simular a cor da dentina na região cervical e terço médio e incisal. Após a polimerização desse incremento, uma camada de resina Charisma Diamond A2 (Heraeus Kulzer) para esmalte foi aplicada sobre a superfície vestibular e espalhada com o auxílio de uma tira de poliéster e pincel sintético para resina composta (Kota 4B) (Figura 1C).
Cada incremento foi polimerizado com um aparelho a base de LED (Translux Power Blue - Heraeus Kulzer) pelo tempo recomendado pelo fabricante, de forma contínua. Os mesmos procedimentos foram realizados para a distal do incisivo lateral direito e mesial canino direito.
Após a remoção do isolamento absoluto, foi feita a remoção dos excessos e realizou-se o ajuste incisal, acabamento e polimento com discos abrasivos de granulometria sequencial. O por menor das restaurações após um mês pode ser visto nas figuras 1D. O aspecto final de controle de um mês da composição do sorriso pode ser visto na figura 1E.
Caso Clínico 2
Paciente de 25 anos, gênero masculino, procurou atendimento após o tratamento ortodôntico. Clinicamente constatou-se presença de diastema entre o incisivo central e lateral superiores direito. Além disso, o contorno da ameia incisal entre o incisivo lateral e canino também incomodava o paciente (Figura 2A). O diastema presente é classificado como pequeno, ou seja, menor que 2 milímetros, e assim, decidiu-se pela restauração empregando o sistema restaurador adesivo direto.
Uma fita de poliéster foi posicionada na mesial dos caninos para evitar o condicionamento ácido do incisivo central. Toda a superfície do esmalte do incisivo lateral e canino foi condicionada com ácido fosfórico para evitar a aplicação de resina sobre área não condicionada. Em seguida, a superfície foi seca e aplicou-se o adesivo Gluma 2 Bond (Heraeus Kulzer) e realizou-se a polimerização conforme instrução do fabricante.
Aplicou-se unicamente uma camada de resina OL (opaque light) da resina Charisma Diamond na mesial do incisivo lateral e na ameia mesial do canino. Uma resina para dentes clareados Durafill VS SL (super light - Heraeus Kulzer) foi aplicada para caracterizar áreas de hipoplasias na incisal do incisivo lateral. Todos os incrementos de resina foram polimerizados pelo tempo recomendado pelo fabricante, de forma contínua e mais próximo possível da região, com um aparelho a base de LED (Translux Power Blue – Heraeus Kulzer).
O isolamento absoluto foi removido e feita a remoção dos excessos, por vestibular e palatina, com lâmina de bisturi número 12 (Swann-Morton). Nesta fase também realizou-se o ajuste incisal com fitas de carbono (Carbono Bausch).
Tiras de lixa foram empregadas nas regiões proximais, enquanto o contorno das restaurações foi delimitado com discos abrasivos de granulometria sequencial. Um ligeiro desnível na incisal do incisivo lateral direito foi mantido para dar a impressão de naturalidade de desgaste incisal. O aspecto final das restaurações pode ser visto na Figura 2B.
Os atuais sistemas restauradores adesivos diretos apresentam inúmeras vantagens. Apresentam boa durabilidade, baixo custo, e é um tratamento extremamente rápido de ser executado. Os resultados mecânicos e estéticos também tem sido amplamente relatados na literatura especializada (da Silva et al. 2010).
A cor e anatomia da restauração devem ser cuidadosamente trabalhados. Cores mais claras nas proximais dos dentes causam a sensação aos olhos do observador de um dente não tão largo. Por essa razão, nos casos apresentados, uma cor mais clara foi aplicada para restaurar os diastemas. Da mesma forma, a anatomia também deve ser analisada. Um dente com formato mais triangular foi feito nos casos apresentados, copiando a anatomia dos demais dentes e evitando a aparência de dentes mais largos que os demais (Mondelli 2003, Rufenacht 2003).
O material restaurador empregado nesse trabalho (Charisma Diamond - Heraeus Kulzer) apresenta nanopartículas, assim resultando em melhor lisura de superfície, menor perda de brilho e menor rugosidade superficial com o passar do tempo. Também apresentam facilidade na manipulação, favorecendo a escultura da anatomia (Cao et al 2013).
A utilização de resinas compostas pode facilitar a técnica nos casos de fechamento de diastemas unitários, permitindo naturalidade, além de ser um tratamento reversível, conservador, e com excelente resultado estético.
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