Alexandre Giannini
Rio de Janeiro, RJ
O rabdomiossarcoma é o sarcoma de tecidos moles mais frequente em crianças, sendo seu prognóstico dependente de fatores como: tipo histológico, localização e modalidades terapêuticas. A radioterapia, associada à cirurgia e quimioterapia, mostra-se eficaz para o tratamento desta neoplasia. Apesar disso, este tratamento, quando realizado em região de cabeça e pescoço no período da infância e adolescência, pode trazer sérias alterações no desenvolvimento do complexo dentofacial, levando a sequelas tardias e permanentes. Neste relato, será apresentado o caso de um paciente matriculado no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), com diagnóstico de rabdomiossarcoma embrionário parameníngeo estágio IV A no ano de 1997, sendo o único sobrevivente a este tipo de neoplasia na instituição tratado neste período. Observou-se que as alterações dentofaciais decorrentes da radioterapia apresentam as sequelas descritas na literatura, como micrognatia, anodontias, microdontia e assimetria facial. O paciente é acompanhado na seção de Estomato-odontologia e prótese do INCA por exigir um manejo odontológico de longo prazo e procedimentos individualizados, bem como suporte da equipe em relação às demandas estéticas, funcionais e psicossociais deste jovem sobrevivente de câncer, auxiliando em sua inserção no mercado de trabalho e no convívio social, bem como promovendo melhoria em sua qualidade de vida, autocuidado e estima pessoal.
Descritores: Rabdomiossarcoma; Radioterapia; Anormalidades maxilofaciais.
Rev Científica CRO-RJ v.2 n1, maio/ago 2014 ISSN: 1518-5249
Coclusões
qDiante do caso apresentado, verificou-se o papel de fundamental importância do Cirurgião Dentista na identificação e manejo das sequelas originadas do tratamento para o Rabdomiossarcoma em região de cabeça e pescoço durante a infância. qAlém disso, destacou-se a necessidade de um acompanhamento de longo prazo, com intervenções se estendendo desde a prevenção de agravos até a reabilitação protética estética e funcional, adaptada à realidade e limitações inerentes a cada caso. Isso exige dedicação, habilidade e criatividade dos profissionais, devido às especificidades biopsicossociais deste paciente. qE, finalmente, evidencia-se a importância do desenvolvimento de uma ação interdisciplinar, no sentido de promover a reinserção deste paciente em seu convívio social e mercado de trabalho, trazendo melhorias em sua qualidade de vida.
Especialista e Mestre em Estomatologia pela UFRJ. Atende pacientes particulares na Tijuca. Experiência na área de Câncer bucal, Odontologia Hospitalar, UTI, Laserterapia e... Leia mais
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