Dr. Cornelis Robert Araujo Springer
Belo Horizonte, MG
Mesmo em um esporte com quase nenhum o contato físico direto entre os jogadores, uma partida de vôlei pode se mostrar muito dolorosa para os praticantes. Imagine só ter a boca acertada por uma bola, depois de uma forte cortada do adversário, lance dos mais comuns do esporte e que pode alcançar velocidade e força impressionantes. Sem dúvida, isto pode acontecer, e os líberos, que têm a ingrata missão de não deixar os ataques encontrarem o chão da quadra, são os mais propensos a sofrer com traumas.
Serginho mostra o protetor bucal personalizado (Foto: Roberto Filho / Globoesporte.com)
Para se proteger das boladas, o líbero do Cruzeiro, campeão da última edição da Superliga, Serginho, encontrou uma solução que já é moda em diversas modalidades. O atleta se junta ao atacante Loco Abreu e ao goleiro Renan Ribeiro, do futebol, a Cézar Mutante, do MMA, e Mike Moura, do BMX. Sob orientação do Dr. Cornelis Robert Springer, especialista em odontologia do esporte, o jogador resolveu testar um protetor bucal personalizado, feito sob medida para as características do jogador, nos treinamentos e partidas. Pioneiro na utilização dos protetores na modalidade, Serginho acredita que conseguirá reflexos positivos na saúde bucal a curto e longo prazo com a utilização do objeto.
- Utilizar um protetor bucal no vôlei é uma proposta inédita. Nunca vi ninguém na modalidade. Com muita luta, o doutor conseguiu me convencer a ser o pioneiro. Resolvi utilizar para proteger minha arcada dentária, não só para o presente, mas também para o futuro. Nunca sofri uma bolada direta em alguma região próxima à boca, pois, normalmente, há a reação de virar o rosto com a aproximação da bola, mas há sempre alguma reação involuntária, como uma mordida forte, que pode ocorrer em tais situações e pode causar prejuízos. Resolvi usar o protetor para perceber se realmente ocorrerá uma melhora nesse aspecto e me precaver para não ter problemas no futuro, disse o líbero.
"Dentadura" do líbero Serginho, do Cruzeiro(Foto: Roberto Filho / Globoesporte.com)
Segundo o Dr. Cornelis, a simples proteção contra choques não é a principal função do objeto. Ele explicou que a opção pelos testes com um jogador de vôlei possui exatamente a função de comprovar os benefícios da proteção dos dentes em outras instâncias da vida de um atleta, e até mesmo para aumentar o rendimento em treinamentos e partidas.
- O fato de ele ser líbero tem sim relação com a escolha para os testes do protetor bucal. Minha teoria é de que os protetores bucais não devem ser utilizados apenas para a absorção de impacto, mas para aumentar a performance. Já existem artigos internacionais que apontam que um protetor bem ajustado e personalizado aumenta o rendimento do atleta, na medida em que faz um relaxamento muscular da boca. Eu queria um atleta do vôlei justamente para provar minha tese de que o protetor bucal não serve apenas para proteger os dentes, mas também toda a articulação do atleta.
Também para provar que os protetores são ferramentas que ajudam na subida de rendimento dos atletas, Cornelis disse que a excelente saúde bucal de Serginho foi outro fator determinante para a escolha do líbero para os testes.
- O Serginho tem uma peculiaridade, em razão de possuir uma saúde oral excelente. Supostamente, um atleta com problemas dentais teria a performance melhorada com o uso do protetor, mas se o Serginho, que não possui problema algum, conseguir essa subida de rendimento, vai provar minha teoria de forma diferenciada.
Os protetores são personalizados pelo formato, tamanho e peso, e customizados pelo gosto do jogador. O de Serginho, por exemplo, possui a assinatura do líbero acompanhada do símbolo do patrocinador da equipe de vôlei do Cruzeiro. Os protetores variam de acordo com a modalidade e com as características físicas dos jogadores, e só devem ser utilizados se confeccionados por um dentista capacitado.
Serginho disse que grupo do Cruzeiro ficou bemmais feio (Foto: Roberto Filho / Globoesporte.com)
O sempre irreverente Serginho não crê que os pontos negativos do uso da proteção serão suficientemente fortes para atrapalhar. Brincalhão, o líbero não se deixa intimidar nem pela piora estética causada pelo aparelho.
- Aposto nos estudos do Dr. Cornelis. Ele atende atletas de know-how, o que é importante para nos convencer a embarcar no projeto. Utilizar a proteção, inicialmente, incomoda um pouco, pois é um corpo estranho na boca, mas o doutor está sempre disponível para, se preciso, modificar o molde e ajudar a superar qualquer problema provocado pelo protetor. Quanto à questão estética, durante a partida, é a parte que menos incomoda. Como a patroa não reclama, está tudo certo.
Serginho e o time de vôlei do Cruzeiro se preparam para a disputa do torneio Sul-Americano, que começará em setembro. A equipe mineira é a única representante brasileira na competição e buscará o título inédito contra cinco adversários internacionais. Com a base campeã da Superliga, o Cruzeiro é um dos favoritos ao título, junto ao UPCN, atual campeão argentino. Irreverente como sempre, Serginho explica o que mudou na equipe cruzeirense desde a conquista do título nacional da temporada 2011/2012.
- A única coisa que mudou no time, desde a Superliga, foi que ficamos mais velhos e mais feios.
Trabalho principalmente com estética e Odontologia do Esporte. Sou Diretor Científico da BIOFORCE, uma empresa que fabrica protetores bucais de alta performance e venda somente... Leia mais
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