Mutilados Orais

  Artigo, 15 de Out de 2011

De um ponto de vista anátomo-fisiológico, a presença dos dentes no grupo de animais vertebrados tem essencialmente 2 objetivos básicos: defesa e função.

Especificamente no homem, a função dos dentes é, juntamente com a musculatura, iniciar o processo digestivo, diminuindo mecanicamente o tamanho do alimento que, combinado com a saliva, desliza em fragmentos pelo esôfago, possibilitando o trabalho eficaz do estômago e intestinos.

A evolução do homem como animal social, fez com que os dentes também se tornassem órgãos associados a estética, principalmente quando praticamos uma característica única no reino animal: sorrir.

Considerando que a falta de um único elemento dentário faz parte de um processo de mutilação, há séculos a odontologia vem procurando recuperar perdas dentárias por meio de diversos dispositivos protéticos.

Da mesma forma, a medicina vem buscando reabilitar pacientes mutilados por meio de vários artifícios protéticos capazes de substituir membros ausentes: a perda de um braço ou uma perna pode ser, até certo ponto, compensada com o uso de peças mecânicas artificiais. Cada vez mais a tecnologia para isso tenta a perfeição, desenvolvendo dispositivos para a maior prioridade de recuperação desses membros faltantes: a função.

Já a cirurgia buco-maxilo-facial é capaz de certos procedimentos que tratam de outros tipos de mutilação e, associada com a construção de próteses oculares, nasais e auriculares, cujo único objetivo é melhorar a aparência estética, nunca tem a intenção de interferir para o retorno da função da anatomia perdida.

A odontologia de forma geral, e a implantodontia de forma específica, estão entre as poucas especialidades da área de saúde que têm por princípio devolver ao indivíduo mutilado essas 2 demandas sociais interdependentes básicas: a capacidade funcional de comer e a capacidade estética de sorrir.

Juntamente com elas, são capazes de interferir positivamente nos problemas emocionais, nutricionais, e gastrointestinais que a falta de dentes acarreta.

A PERDA DOS DENTES NATURAIS REDUZ A QUALIDADE DE VIDA.

A expectativa de vida do brasileiro vem aumentando a cada década. Por mais que a odontologia moderna saiba quais os métodos de prevenção contra a perda dentária, no que se refere ao controle dos fatores que levam a formação da lesão de cárie, ou aos danos provenientes da doença periodontal, grande parte da nossa população continua perdendo seus dentes

A evolução da odontologia como profissão deve ter como meta principal, acompanhar e tratar da parte da população que, por alguma razão, não alcança a aquisição de métodos preventivos eficazes contra a perda dentária.

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Autor

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David Harari

Cirurgião-Dentista

 Rio de Janeiro, RJ

Graduado em Odontologia pela Universidade Federal Fluminense (1983);
Curso de especialização em Prótese Dentária pela Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual do Rio... Leia mais

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