Relato de Caso Clínico
A perfuração dental pode ser conceituada como uma comunicação mecânica ou patológica entre o sistema de canal radicular e a superfície externa do dente. A ocorrência de perfurações iatrogênicas varia entre 2 a 12% em casos de insucesso endodôntico e estão frequentemente associadas com fatores de risco tais como tais como : anatomia dental, posição do dente na arcada e experiência do operador (1)A inter-relação entre o tamanho e posição do defeito de perfuração e seu grau de contaminação pode resultar em inúmeras variações clínicas que necessitam de tratamento específico para cada caso. Porém em todos os casos 3 pontos são críticos e devem sempre ser levados em consideração : 1) visualização do defeito e sua acessibilidade via canal; 2) descontaminação da região do defeito e 3) utilização de materiais adequados para vedamento da perfuração (2). Dentre os materias utilizados no reparo o único que apresenta suporte da literatura para o quesitos biocompatibilidade (inerte e ausência de toxicidade após 24 horas iniciais) e bioatividade (induz formação de tecidos duros) é o MTA. Siew et al (2015) relatam após revisão de literatura utilizando estudos clínicos que o MTA deve ser o material de escolha para tratamento de perfurações (3).Entretanto o MTA apresenta algumas desvantagens tais como : i) dificuldade de manipulação e inserção e ii) promove alteração de cor do elemento dental. Um novo tipo de material a base de MTA foi recentemente lançado no mercado MTA REPAIR HP — “High Plasticity” MTA (Angelus®, Londrina, PR, Brazil), visando contornar essas dificuldades. A nova formula mantem todas as caracteristicas quimicas e biologicas do MTA original, entretanto as propriedades físicas foram alteradas resultando em um material mais plastico para facilitar a manipulação e inserção. Além disso a nova formula usa um novo radiopacificador - o tungstato de calcio (CaW04) - ao inves do oxido de bismuto, podendo dessa maneira evitar a descoloração do dente (4)Esse caso clinico descreve o uso do novo MTA para tratamento de perfuração da camara pulpar de um primeiro molar superior ocorrida logo apos a cirurgia de acesso na região de furca.
Autor:
Mario Luis Zuolo, DDS, MSc, trabalha como EspecialistaEndodôntico em São Paulo, Brasil. Ele tem um mestrado emBiologia Molecular da UNIFESP Escola Paulista de Medicina,em São Paulo, Brasil, e é professor no departamento de pósgraduaçãode Endodontia, Professor no Programa de Endodontiada EAP-APCD, em São Paulo, Brasil.
Referências:
1. Toure B, Faye B, Kane AW, et al. Analysis of reasons for extraction of endodontically treated teeth: a prospective study. J Endod 2011; 37:1512–5.
2. Zuolo ML, Kherlakian D, de Mello JE, Fagundes MIRC, Carvalho MCCC. Reintervenção em Endodontia. Quintessence Ed Ltda. 3 ed 2017.
3. Siew K, Lee AHC, Cheung GSP. Treatment outcome of repaired root perforation: A systematic review and meta-analysis. J Endod 2015; 41:1795-1803.
4. Angelus. MTA REPAIR HP. http://angelus.ind.br/MTA-REPAIR- HP-292.html. Accessado em Agosto 4, 2017.
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