Restaurações Inlay e Onlay em Porcelana

  Artigo, 12 de Ago de 2010

Restaurações Inlay e Onlay em Porcelana

Cerâmicas por definição: são materiais não metálicos e inorgânicos75, ou é um tipo de vidro obtido pela fusão de óxidos metálicos em altas temperaturas e que passa do estado líquido ao sólido em temperatura ambiente.13 De acordo com sua composição as cerâmicas podem ser classificadas como tradicional: usada para fabricação de telhas, louça, porcelana chinesa, tijolos e louças sanitárias64. Ou cerâmicas de engenharia avançada, aproveitadas na engenharia eletrônica, automotiva, lasers, etc. A porcelana odontológica é composta de óxidos metálicos e outros materiais cerâmicos tradicionais, apresenta diferentes composições conforme o fabricante e sua indicação, portanto nesta monografia, serão usados ambos os termos porcelana e cerâmica indistintamente.

De acordo com a nomenclatura e classificação49, as cavidades preparadas nos dentes podem ser chamadas de Inlay: cavidade confinada no interior da estrutura dentária, como uma caixa pura. Também chamada intracoronária, como exemplo tem classe I oclusal, classe V, classe II composta (dois faces) e complexa (três ou mais faces) sem proteção de cúspide. Onlays: cavidade que apresenta cobertura de cúspide e/ou de outras faces do dente. São chamados extracoronárias parciais, como exemplo tem restauração M.O.D. com proteção de cúspides, 3/4 e 4/5. As restaurações do tipo inlay e onlay podem ser construídas com dois materiais estéticos a resina composta ou a porcelana.

Desde o aparecimento do 1º homem na terra existem indícios da sua preocupação com relação à saúde. Através das plantas retiradas da natureza eram feitas “poções” que curavam o corpo e tiravam as dores, porém não fechavam os “buracos” dos dentes. Vários séculos se passaram até que a preocupação com os dentes fizesse com que a porcelana utilizada em utensílios domésticos desde antes de Cristo fosse experimentada na boca para substituir dentes perdidos. A partir dessa primeira experiência realizada por Duchateau47, foram inventadas e testadas várias porcelanas e técnicas até chegar aos dias atuais. No passado, as cerâmicas eram usadas em olarias. A palavra deriva do grego “keramos” que significa “oleiro” ou “olaria”, e do sânscrito que é “terra queimada”.26

A porcelana mais empregada hoje na odontologia é a aluminizada, derivada da porcelana feldispática tradicional reforçada com óxido de alumínio. Essa modificação ocorreu porque as cerâmicas usadas inicialmente não apresentavam resistência, adaptação marginal e durabilidade chegando a serem abandonadas por vários anos.75 A partir da década de 80, as porcelanas assumiram definitivamente seu lugar dentro da odontologia atual. Nesses 20 anos muito conhecimento, pesquisa e tecnologia têm sido aplicados para otimização dos trabalhos realizados. Pode-se citar nesse período grandes avanços nos materiais dentários: agentes de ligação (silanos), adesivos dentinários, cimentos resinosos, materiais de moldagem de precisão, resinas, cerômeros, compômeros, ionômeros, porcelanas, etc. Desenvolvimento de tecnologia aplicada: Pantógrafo, Procera, Celay, Cerec, entre outros. E finalmente a grande quantidade de trabalhos científicos realizados e publicados a cada ano. Tudo isso proporciona hoje confiabilidade, qualidade e longevidade em todas as áreas da odontologia inclusive na dentística restauradora que realiza as inlay e onlay de porcelana.

Outro aspecto que deve ser considerado é o apelo estético que existe nos dias atuais. Beleza tornou-se sinônimo de saúde, nível de educação, modernidade, poder aquisitivo e até status. Pessoas são escolhidas para exercer determinada função por sua capacidade e visual. Pacientes estão exigindo restaurações “invisíveis” em todos os dentes e o que importa além da cor é a durabilidade do trabalho. Baseado nesses dois fatos principais as restaurações do tipo inlay e onlay em porcelana satisfazem tanto os conceitos estéticos quanto os funcionais e de longevidade.

Estudos comparando porcelana e resina composta relatam que as peças de porcelana apresentam melhor ciumento marginal, estética, biocompatibilidade, resistência ao desgaste, porém seu custo é mais elevado, exige melhor técnico e laboratório mais equipado, seu acabamento e polimento são etapas importantes e com maior grau de dificuldade de execução.9 Outras vantagem da porcelana é que a quantidade de placa bacteriana que adere sobre ela é praticamente igual a dos dentes naturais e bastante inferior a encontrada sobre inlays e onlays de resina.58 Quase que a totalidade de trabalhos encontrados na literatura concluem que a técnica indireta para inlay e onlay é bastante superior as técnicas diretas, sejam para porcelana ou resina composta pois a contração de polimerização ocorre somente no cimento, tem-se ótimo acabamento e polimento (extra-oral), maior resistência ao desgaste, melhor adaptação marginal nas paredes cervicais das caixas proximais, pontos de contatos mais eficazes, melhor estética.30 As resinas compostas atualmente usadas para execução de inlays e onlays passam por dois processos de presa: polimerização e tratamento térmico sob baixa pressão com pouco ou nenhum oxigênio. Esse tratamento melhora muito a qualidade dos trabalhos prolongando sua vida útil, porém, a absorção de água, solubilidade, resistência a abrasão e abrasividade desses materiais ainda os tornam inferiores a porcelana.75 Tentando compensar essas deficiências das resinas compostas para restaurações indiretas surgiram os cerômeros, segunda geração de compósitos laboratoriais que possuem carga cerâmica de diferentes tamanhos micrométricos, porém, a literatura encontrada sobre cerômeros sugere que mais estudos ainda são necessários.38

Com o objetivo de contextualizar o estágio das restaurações em porcelana, do tipo inlay e onlay, compreendendo os fatos relevantes estabelecidos desde seus primórdios até o momento atual, este trabalho focalizará os principais aspectos relacionados aos diferentes tipos de porcelana, sua forma de obtenção e utilização, assim como situar os diferentes envolvimentos relacionados as vantagens e desvantagens dos procedimentos inerentes a cada tipo cerâmica odontológica. As etapas operacionais serão estabelecidas de forma que se possa compreender os diferentes envolvimentos clínicos, desde o preparo cavitário até a cimentação final dos elementos, como também os laboratoriais, principalmente pela diversidade de opções encontradas no campo das porcelanas odontológicas. Desta forma, almeja-se que o enfoque técnico-científico, ora apresentado, possa contribuir para a conscientização da importância dos detalhes relacionados aos trabalhos cerâmicos, primando pela excelência estética e funcional das restaurações e dentro da viabilidade real aos Cirurgiões Dentistas.

Referências

Monografia, AMO-ABO 2000

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Autora

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Tatiana Oliveira

Estudante de Odontologia

 ,

Tatiana Oliveira é estudante de Odontologia em , - Brasil. Faz parte do Ident desde Setembro de 2022.

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